BY TSC
November 7, 2025

Brasil diante da nova corrida por minerais críticos: o papel da mineração na transição energética

Durante a Exposibram 2025, o debate sobre o papel do Brasil na transição energética ganhou força. Líderes do setor destacaram que o país reúne algumas das maiores reservas de minerais críticos do mundo - como lítio, cobre, níquel e terras raras -, mas ainda precisa avançar em políticas públicas e investimentos para transformar esse potencial em vantagem competitiva.

Na abertura do evento, a presidente da Anglo American no Brasil, Ana Sanches, reforçou que a mineração é um dos pilares da sociedade de baixo carbono. “O Brasil pode e deve se tornar um fornecedor confiável e sustentável de minerais estratégicos”, afirmou, destacando o papel central do setor na construção de um futuro energético mais limpo.

O entusiasmo é justificado, mas o desafio é grande. Apesar da abundância de recursos e do interesse global, apenas 27% do território brasileiro está mapeado geologicamente. A falta de clareza regulatória, a lentidão nos processos de licenciamento e a ausência de incentivos consistentes ainda dificultam o avanço do país em relação a mercados mais estruturados, como Canadá, Estados Unidos e Austrália.

Para empresas como a Anglo American, que já operam em um ambiente de alta complexidade, o desafio vai além da produção. É preciso antecipar mudanças nas políticas públicas, compreender as dinâmicas locais de licenciamento e manter um diálogo constante com os stakeholders que moldam as novas regras da mineração sustentável.

O avanço da transição energética global coloca o setor mineral em uma posição estratégica. Materiais como cobre e níquel são fundamentais para turbinas, painéis solares e baterias, e a demanda por esses insumos cresce a cada ano. As empresas que conseguem integrar inovação, sustentabilidade e visão regulatória têm hoje a oportunidade de liderar esse movimento e atrair investimentos estratégicos.

O Brasil tem todas as condições para se tornar um dos grandes polos de minerais críticos, mas para isso será necessário alinhar governo, empresas e sociedade. Entender como fatores políticos, regulatórios e reputacionais se cruzam é o que vai definir quem estará à frente dessa transformação.

A transição energética também é uma transição regulatória. Saber quem define as políticas, quais redes influenciam as decisões e como evoluem as narrativas sobre mineração sustentável é fundamental para reduzir riscos e agir com precisão.

É nesse ponto que a TSC.ai apoia equipes de Regulatory, Public Affairs e iRelGov. Com o Genie, é possível mapear as redes políticas e institucionais que influenciam a formulação de políticas minerais, acompanhar em tempo real os debates sobre licenciamento e incentivos e identificar as conexões entre governo, indústria e sociedade que moldam o futuro do setor.

Essa visibilidade permite que empresas atuem com mais contexto e previsibilidade, antecipando oportunidades em vez de apenas reagirem às mudanças.

O futuro da mineração brasileira depende tanto da sua geologia quanto da sua capacidade de entender o que acontece fora do subsolo. O país vive um momento decisivo. E quem conseguir conectar o que está abaixo da terra ao que se decide nas mesas de regulação estará, sem dúvida, um passo à frente.